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Fraude da Pesquisa científica


As atividades de pesquisa científica estão sujeitas à fraudes, como qualquer outra atividade humana.
A história da pesquisa científica é desde sempre salpicada de fraudes desse gênero e reconhecer esta realidade é importante para enfrentar o problema.

O fenômeno está longe de ser recente. Recentes pesquisas encontraram forte indícios de fraudes nos trabalhos de grandes nomes da ciência como Mendel, Newton, Galileu e Darwin (entre muitos outros). Já na antiguidade, o astrônomo e matemático Cláudio Ptolomeu (90-168), para criar seu sistema geocêntrico, usou os cálculos do cientista Hiparco de Rodes tomando-os como seus. Foi descoberto recentemente pois o aspecto do céu estrelado varia de acordo com a latitude e a descrição reivindicada por Ptolomeu não poderia ter sido feita em Alexandria, onde ele vivia, mas somente em Rodes.

Curiosamente, até pouco mais da metade do século passado não se levava muito em conta este aspecto pelo fato de os cientistas terem o costume de repetir suas experiências acreditava-se que ninguém pensaria em inventar resultados ou publicar falsos dados.

É clássica a orgulhosa alegação dos cientistas de que o método científico é autocorretivo por definição, pois novos achados são aceitos somente após exaustivamente reproduzidos. Apesar disso, as evidências demonstram que, por diferentes razões, há constantemente a possibilidade que ocorram fraudes.

Existem vários fatores que podem ajudar a entender o aumento deste fenômeno nos tempos recentes. Um dos principais deles é a pressão de ter êxito (e justificar o uso de fundos) e a competitividade que vivenciam os pesquisadores de todos os setores. Os cientistas são tão sujeitos às fragilidades humanas como são imbuídos de virtudes. É importante observar que até o início do século 20, o principal motor da fraude foi a busca de fama e prestígio ao passo que hoje uma componente muito relevante é também o dinheiro. Em 2005, somente nos EUA, segundo a Association of University Technology Managers, os pesquisadores receberam 42,3 bilhões de dólares em fundos de pesquisa.

Por esta razão, em muitos países, as autoridades governamentais têm estabelecido regras de qualidade nas pesquisas científicas, com o intuito de minimizar as fraudes.
O governo americano, por exemplo, criou, em 1992, o Departamento de Integridade na Pesquisa (Office of Research Integrity – ORI). Os relatórios do ORI, no período de 2001 a 2002, apontam 27 casos verificados de fraude. Desses, 23 envolviam falsificação, 20 relacionavam-se à fabricação de dados e quatro eram plágio.
Numa outra pesquisa, onde o ORI entrevistou 2.012 cientistas de 605 instituições de pesquisa, resultou que 9% dos entrevistados declararam ter testemunhado algum tipo de fraude ou conduta inadequada nos últimos três anos. Com base em suas investigações, o ORI estima que todo ano ocorram três incidentes de fraude para cada 100 pesquisadores nos EUA.

As fraudes em pesquisas científicas envolvem uma ou mais das seguintes modalidades:
Coleta inadequada de informações ou dados.
Tratamento incorreto de dados.
Autoria indevida ou plagio.
Não citação de fontes.
Interessante mencionar que, em 1830, o matemático inglês Charles Babbage editou um livro intitulado "Reflections on the Decline of Science in England" (Reflexões sobre o Declínio da Ciência na Inglaterra), para relatar a condição então existente em relação aos assuntos científicos.
Nele, Babbage listou as modalidades de fraudes com dados que considerava serem usadas por alguns cientistas quando as coisas não saíam do jeito que esperavam:
“APARAR”, nos casos em que as irregularidades eram suavizadas para fazer com que os dados parecessem extremamente exatos e precisos.
“PENEIRAR”, nos casos em que apenas os resultados que melhor se ajustavam à teoria da pessoa eram escolhidos, e o restante era desconsiderado.
“FALSIFICAR”, nos casos em que alguns, ou todos, os dados nas experiências que a pessoa talvez tivesse realizado, eram inventados.

É importante distinguir as fraudes científicas de situações decorrentes de simples erros ou de imperícia ou imprudência na coleta, tratamento e avaliação dos dados. O que define o conceito de fraude, neste caso, é o uso deliberado e intencional de modalidades fraudulentas ou comportamentos antiéticos.



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